A intensa campanha dos celebrity-chefs para mudar os hábitos alimentares dos britânicos ganhou um novo capítulo neste início de ano.
Depois de revolucionar o cardápio das escolas públicas – que deixaram de servir frituras e hoje optam por refeições mais saudáveis – Jamie Oliver começou 2008 com uma proposta que visa “desafiar os britânicos a refletirem antes de comer”. Em vez dos tradicionais programas em que aparece muito à vontade brincando com ingredientes que, num passe de mágica, viram pratos requintados, o chef resolveu levar um drama às telas: a triste e breve vida dos frangos criados em confinamento (battery chicken, em inglês).
A campanha ganhou o apoio de Hugh Fearnley-Whittingstall, outro chef famoso na Inglaterra. Juntos, eles mostraram como os frangos, com tempo médio de vida de 40 dias, ficam trancados em galpões, amontoados uns nos outros, 24 horas por dia.
Por não poderem circular livremente, muitas aves desenvolvem problemas de articulação e mal conseguem sair do lugar. Tudo o que fazem é comer, beber e defecar. E o contato permanente com as fezes muitas vezes causa ferimentos nos pés das aves.
Com a campanha, os chefs pretendem convencer os consumidores a comprarem apenas free-range chicken, que são os frangos criados soltos pela granja, livres para se locomover.
Mesmo sendo mais caros, dizem eles, a carne free-range é mais saborosa e o consumidor estará “respeitando o bem-estar dos animais que crescem e são mortos para nos alimentar”.
A iniciativa foi abraçada por instituições como a Sociedade Real para a Prevenção dos Animais, que criou uma petição online no http://www.supportchickennow.co.uk/petition/ para pressionar supermercados e restaurantes a reduzirem a compra de frangos criados em confinamento.
O esforço parece estar dando resultados. Essa semana, diversos jornais publicaram matérias comentando o aumento considerável na venda de free-range chicken.